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Guerra Civil de El Salvador

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Guerra Civil de El Salvador
Parte da Guerra Fria

Mapa de El Salvador
Data 15 de outubro de 1979 – 16 de janeiro de 1992
(12 anos, 3 meses e 1 dia)
Local Centro e leste de El Salvador
Desfecho Acordos de Paz de Chapultepec (1992); reestruturação das Forças Armadas e da Polícia (que passou a ser supervisionada por civis); a FMLN tornou-se um partido político e seus combatentes foram anistiados
Beligerantes
Governo salvadorenho:
Forças Armadas
Polícia Nacional
Polícia do Tesouro
Esquadrões da morte
Exército
Força aérea
Apoiado por:
 Estados Unidos
 Chile
 Argentina (1979-82)
 Israel
Taiwan
Forças revolucionárias:
FMLN
FDS
ERP
RN
FPL
Apoiadas por:
 Cuba
Nicarágua
Comandantes
Roberto D'Aubuisson
Álvaro Magaña
José Guillermo García
José Napoleón Duarte
Alfredo Cristiani
Cayetano Carpio
Leonel González
Schafik Handal
Joaquin Villalobos
Nidia Díaz
Forças
Cerca de 55 000 soldados e 15 000 paramilitares (1992) Entre 8 000 e 10 000 (1992)
Baixas
7 000 mortos 20 000 mortos
70 000 – 80 000 mortos; 8 000 desaparecidos;
550 000 desalojados internamente e 500 000 fugiram do país[1]

A Guerra Civil de El Salvador foi um conflito armado entre o governo ditatorial de direita - apoiado pelos EUA, conforme se lê no livro de Noam Chomsky, O que o Tio Sam Realmente Quer (1999) - de El Salvador e a guerrilha de esquerda, organizada em torno da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN).

Os Estados Unidos, que, no contexto da Guerra Fria, temiam a repetição de processos semelhantes ao da Revolução Cubana no restante da América Latina, apoiaram as forças governistas, com a transferência de US$ 7 bilhões às forças governamentais e paramilitares ao longo de dez anos, período que inclui os governos de Jimmy Carter, Ronald Reagan e George H. W. Bush.[2]

A tensão no país aumentou a partir do golpe militar, que levou a Junta Revolucionaria de Gobierno (JRG) ao poder. Com o assassinato do arcebispo de San Salvador Óscar Romero, opositor ferrenho do novo regime, e outras 42 pessoas em seu funeral, iniciou-se uma guerra civil em larga escala.

Durante a guerra, forças rebeldes capturaram grandes extensões dos departamentos de Morazán e Chalatenango. O fim do conflito, mediante a assinatura dos Acordos de Paz de Chapultepec, em janeiro de 1992, permitiu a entrada oficial da FMLN no cenário político-eleitoral de El Salvador.

A Guerra Civil de El Salvador teve um efeito devastador sobre a população do país, deixando entre 60 e 80 mil mortos - dos quais cerca de 30 mil foram assassinados -, 9 mil desaparecidos,[3] além de um milhão de desabrigados e um milhão de exilados, e metade da população sofreu de Desnutrição e cerca de 2 mil pessoas morreram de inanição.

Em 1986, o cineasta estadunidense Oliver Stone lançou o filme Salvador, no qual expõe sua visão sobre o conflito. Nele, reforça seu apoio aos revolucionários de esquerda, apesar de lamentar os assassinatos cometidos por estes. Também denuncia o apoio financeiros dos Estados Unidos a grupos paramilitares de direita e mostra o papel do arcebispo Óscar Romero que, apesar de não ter o apoio da Igreja Católica e da cúpula do Vaticano,[4][5][6] colocou-se pela defesa dos direitos da população de campesinos e indígenas e na busca da justiça social e da democracia.[7] O filme foi muito bem recebido pela crítica, mas foi ignorado pelo público, lucrando três vezes menos do que seu custo de produção nas bilheterias estadunidenses. De qualquer forma, Salvador foi reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, recebendo duas indicações ao prêmio Oscar e, desde então, se transformou num clássico cult do gênero thriller político.

Em 2004, o diretor de cinema Luis Mandoki, fez o filme Voces inocentes sobre a guerrilha enfocando a vida real de Oscar Torres, que aos 12 anos seria recrutado pelo militares. Misturando cenas fortíssimas com alguns momentos líricos, retrata muito bem o aliciamento e treinamento das crianças e a luta dos pais para sobreviver ao caos e salvar seus filhos.

Referências